Custa-te muito ser assim?
Pega lá nas tuas coisas e sai da ombreira da porta, faz-te à vida rapaz.
Fragmenta-se a consciência afectiva. Os sentimentos devem valer tão pouco.
De corações partidos faz-se peças de montar giras. Ontem fiz um barco pirata com resto do coração de uma viúva e para fazer o mar utilizei uma criança que tinha sido privada da sua mãe.
O meu coração precisa de muita cola. Posso arriscar até que precisa de toda a cola do mundo. Na primária já não se vai poder fazer elefantes com cabeça de Girafa, nem tão pouco a minha avó vai poder colocar o puxador daquele armário velho de novo no sítio. Mas preciso que alguém me traga a cola, neste momento não consigo andar.
Não me apetece escrever mais.
As fotografias
sexta-feira, março 28, 2008
De noite
A noite caiu em silêncio.
As palavras foram escritas e silenciosamente lidas.
As reacções foram silênciosas e nem por isso agradavéis.
O silêncio foi desagradável.
As palavras foram escritas e silenciosamente lidas.
As reacções foram silênciosas e nem por isso agradavéis.
O silêncio foi desagradável.
segunda-feira, março 10, 2008
Enquanto se espera por uma aula
Enquanto se espera por uma aula de biologia microbiana. Enquanto pequenos seres que só vemos como manchas em aglumerados de milhões crescem em estufas de ambiente controlado. Eu passeio pela instabilidade do clima, e a chuva toca-me os cabelos, e a face, e fico com algumas gotas entre as pestanas. Não são flocos de neve, mas pelo menos chove.
Hoje o dia instável, e a barulho pouco usual de uma sala de estudo, não me diz muito. Hoje uma conversa sobre princípios éticos "Mata-se o doente terminal? Ou a vida está ali em cima, num sítio muito alto e as nossas mãos sujas e mundanas não são dignas de se erguerem e puxarem de uma vez a sombra metabólica que definha em guinchos e olhares perturbadores?" não chega, e nada parece interessante.
Limpar o pó a este espaço. As baterias da melancolia estão recarregadas e já é Inverno outra vez. É a altura para escrever sobre a chuva e cãezinhos abandonados. E sobre os preços do pão.
As pessoas apertam-se mais nas paragens para não se molharem, e os cheiros misturam-se, envolvem-se, dão-me náuseas, fazem-me tonto, vou vomitar em cima deste, o que cheira a alcoól e almíscar. Mas depois paro, o cheiro a vómito seria deveras muito pior. A sandes de ovo por esta altura já teria adquirido um aspecto pouco agradável.
Vou voltar ao "fórum", e aos fóruns. Ainda faltam 30 minutos para vestir a bata e acender o fogo estéril. ainda tenho mais algum tempo para questionar-me sobre as opiniões alheias, para tecer comentários interiores, mesquinhos e desagradáveis.
O telemóvel não tocou muito hoje, as coisas não foram assim tão boas, as mensagens não foram assim tão positivas. Hoje nem sequer vi nenhuma criancinha a dizer coisas que quebram a inocência, nem idosos a falar bem do governo. Hoje ninguém me disse um olá assim mais particular, e os lábios que me tocaram foram apressados.
Ai de quem fume em paragens apertadas, para a próximo vomito em cima da senhora grávida, sempre causa mais impressão.
Hoje o dia instável, e a barulho pouco usual de uma sala de estudo, não me diz muito. Hoje uma conversa sobre princípios éticos "Mata-se o doente terminal? Ou a vida está ali em cima, num sítio muito alto e as nossas mãos sujas e mundanas não são dignas de se erguerem e puxarem de uma vez a sombra metabólica que definha em guinchos e olhares perturbadores?" não chega, e nada parece interessante.
Limpar o pó a este espaço. As baterias da melancolia estão recarregadas e já é Inverno outra vez. É a altura para escrever sobre a chuva e cãezinhos abandonados. E sobre os preços do pão.
As pessoas apertam-se mais nas paragens para não se molharem, e os cheiros misturam-se, envolvem-se, dão-me náuseas, fazem-me tonto, vou vomitar em cima deste, o que cheira a alcoól e almíscar. Mas depois paro, o cheiro a vómito seria deveras muito pior. A sandes de ovo por esta altura já teria adquirido um aspecto pouco agradável.
Vou voltar ao "fórum", e aos fóruns. Ainda faltam 30 minutos para vestir a bata e acender o fogo estéril. ainda tenho mais algum tempo para questionar-me sobre as opiniões alheias, para tecer comentários interiores, mesquinhos e desagradáveis.
O telemóvel não tocou muito hoje, as coisas não foram assim tão boas, as mensagens não foram assim tão positivas. Hoje nem sequer vi nenhuma criancinha a dizer coisas que quebram a inocência, nem idosos a falar bem do governo. Hoje ninguém me disse um olá assim mais particular, e os lábios que me tocaram foram apressados.
Ai de quem fume em paragens apertadas, para a próximo vomito em cima da senhora grávida, sempre causa mais impressão.
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