As fotografias

sexta-feira, janeiro 23, 2009

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Revolta

Estou revoltado!
Sinto a cabeça inchar, o sangue a fluir de forma rápida.
Sinto a pele ao rubro e as mãos não conseguem acompanhar os gritos que se insurgem na consciência.
Quero sair à rua, andar de porta em porta a discutir com as pessoas.

Mas que raio tenho eu de errado?
É porque amo alguém?
É porque sou feliz?

Que visão limitada, que comentários mesquinhos.
Que forma tão triste de viver a vida.
Julgam-se superiores. Precisam de algo a que se agarrar.
Afoguem-se nas palavras fétidas que lhes escorrem da boca e deixem os outros viver em paz.

domingo, janeiro 11, 2009

Aniversário

Hoje é o dia em que chegas
em que o ciclo das coisas se fecha e volta abrir
em que pensamos como será o depois
em que as rugas ganham significado material
em que o amor se eleva acima de todas as coisas

hoje é um dia para sorrir
para te acarinhar
para te dar beijinhos e bolos de chocolate
para largar as folhas
sair à rua, estar com os amigos

Hoje és tu quem brilhas mais
fazes inveja às estrelas
hoje és tu quem tem os olhos mais azuis
fazes inveja aos oceanos
hoje és tu quem ocupa o meu pensamento
como sempre foste, és e serás tu.

terça-feira, janeiro 06, 2009

12 patinhas

Tum, tum, tum

Patinhas de veludo percorrem o piso
três vultos sombreiam então o doutor
Um redondinho, macio, consiso
dois esguios, um maior e um menor

De entre os três a benjamin
passa então a correr.
Não tendo meta nem fim
dá-se ao luxo de viver.
Saltitante a pequenina,
cândida de pura cal
esconde uma face traquina
comum à espécie animal.

A mais velha e volumosa
em calma se faz andar
vagueia imponente e caprichosa
sem pressa de chegar.
A casa há muito que não é mistério
conhece bem o chão que a suporta
e junto à lareira de fogo etéreo
escolhe um lugar, deita-se torta.

O macho, rei de nenhum reino
julgando algum poder
pavoneia-se com destreza
impressiona quem quer ver
mas de certo, num só salto
também ele se pode achar
perto, longe, baixo ou alto
uma ou outra a afagar.

Deleitado com tais criaturas
o doutor esboça um sorriso.
Ruidosos, fazem travessuras
mas reconfortam quando é preciso.
Adormecido a ver televisão
já com a noite a terminar
enroscam-se de volta dos seus pés
seguros de estarem num bom lar.

domingo, janeiro 04, 2009

Andar à chuva

Resguardados da chuva sobre a mesma cúpula
Unimos as mãos imunes ao que nos rodeia
Imaginamos estar num sítio só nosso, onde o amor impera.

Escondidos apenas da vergonha do nosso olhar
Mentira da nossa percepção, estamos nus mas não o vemos
Ainda assim é perfeito, porque tu estás lá
Num salto equilibrado, mantemos os pés secos
Um a seguir ao outro, fintamos poças e contratempos
Lírios, Tulipas, Cravos, ainda te lembras de todos os odores?

Andamos horas impulsionados apenas pelo amor
Navegamos por mares de gente sem nunca hesitar
Tentamos reduzir a diferença entre o sonho e a crua verdade
Uma diferença que existe, que nos faz cair do pódio
Nuns trajectos inoportunos eles surgem e ganham cor
E enfraquecemos, debilitados pelos olhares reprovadores
Sem que o amor perca força, mas ganhe vergonha e se esconda.

Desistir?
Existir?

Seguro-te, hoje serás meu
Encolhidos sobre um tecto falso
Itinerantes sobre a calçada
Xisto, basalto, granito
Andamos, sempre será assim
Somos dois, um, tudo e nada.

domingo, dezembro 28, 2008

Tyrant

The dreamers, so sweet they were
Enchanted by all the mist,
rivers of green and pearl
Prisoners at my closed fist.

"Let them go" - the grunges implored
wavering a tall white flag
but my heart made of gold
denied such a drag

Alienated from all that
my love was stronger than thought
and believing in a brighter future
I was blind to the luck I bought.

In the end, supposedly
Colours should blasted my eyes
but the sickness was too harsh
and stone am I, they were just lies.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Tentativa II

Damos a mão.
Enlaçamos o futuro.
Resignamos à solidão
Saltamos o muro.

Que belo horizonte resplandescente, um fogo vítreo, púrpura e azul.

Fez-se luz, um raio
seta sagrada
Resolveu-se a cegueira
viu-se a estrada.

E agora caminhando, os passos traduzem o movimento. Partem daqui chegam ali, sempre.

Sapatos gastos
solas rasgadas
pedras no caminho prometem
difíceis escaladas

E surge então o Hélio, com toda a sua força. As sombras esticam ao limite da humanidade.

Não há destino
o caminho é o fim.
Mas vamos juntos
é melhor assim.

Memória

Num concurso divertido,
divertido a valer.
Com palavras farei quadras
p'ra no fim poder vencer.

(fiquei em segundo lugar)