As fotografias

sexta-feira, junho 30, 2006

quatro faces: Inês

Se por momentos te fixasse e em alucições posteriores me lembrasse de ti, sem saber teu nome, diria que eras a rapariga mais bela que já conheci. Olhos que vêm tudo e cintilam na escuridão mais assustadora, um porto de abrigo para aqueles que recusam a aceitar que a vida é apenas aquilo que temos. Tu és mais do que aquilo que és, e por isso sempre lutaste para seres melhor.

Nunca te limitas por padrões pré estabelecidos , procuras dentro de ti a tua opinião e recusas as verdades simples e aparentes. És portanto do mundo, a ele pertences e não me importo de o partilhar contigo, pois mais do que muita gente tu o mereces.

A vida é mais bonita quando é simples. Não queremos aqui neste lugar que é nosso complicações e filosofias complexas demais para nos deixar apreciar um pôr-do-sol. Tu, és simples. Gosto de ti.

Mais do que ninguém custa-me ver chorar a ti. Os teus olhos incham e parece que rebentam perante as injustiças do mundo. Por muito justas que sejam as coisas, não deixam de ser injustiças para alguns. É triste ver as lágrimas escorrerem o teu rosto, e logo agora que eu não tenho lenços de papel para te secar a face. Desculpa por não te ajudar a levantar quando cais, mas fico demasiado impotente para fazer alguma coisa. Sempre fui assim. O choro desarma-me.

Um futuro brilhante, sem rédias que te prendam, pois mais do que tudo desejo-te liberdade. Sabes que se não fores feliz em qualquer altura ninguém te impede de mudar as coisas. Sabes do que falo? Deves saber, és perspicaz. Às vezes é preciso rompermos com o passado para podermos avançar.

Rapariga dos olhos bonitos, em dias foste chamada, e na minha memória é assim que ficas. Parada, a sorrir como sempre, dizes-me adeus na linha do comboio, nos teus olhos, bonitos, há uma certa nostalgia de outrora, mas nunca, nem sequer por um minuto pensas em desitir ou sair dali. Será assim que me vou despedir de ti para sempre? Só o tempo dirá.

1 comentário:

Anónimo disse...

Zé.....
Nem sabia onde havia de comentar...Calhou aqui!
Não tenho tanto jeito com as palavras escritas como tu, e espero conseguir transmitir o que senti/sinto ao ler tudo isto. Talvez devesse esperar uns minutos depois de ter lido isto tudo, porque a verdade é que ainda estou completamente embriagada com o que escreves-te. Mas tenho medo que tudo isto que me trespassa a alma passe a correr.
Sinto neste momento o sabor a salgado no canto da boca e neste momento relembro tantas coisas...
Quero dizer que te amo “colega de carteira”, “rapaz dos caracóis”! Talvez muitas vezes não tenha sido explícita, mas agora digo-te sem medo: AMO-TE! E amo-vos a todos! Penso que levei algum tempo a perceber isso, mas quando percebi quis recuperar o tempo perdido.
Zé.....
A cabine de fotografias do Van Gogh... os Borgaólicos... a ida aos pré-requisitos... aquele passeio a Sintra (que tu te passas qd falamos nisso pq n foste) ... as parvoíces.... as teatrices...
(o sabor a sal intensifica-se)
Desejo-vos um caminho cheio de luz e borboletas, com muitas árvores com sombras para descansar e ler poesia...
Tanto por dizer...
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